Janjão, o soldadinho que não entendia a guerra

“Um menino, em seu aniversário, ganhou uma caixa com 25 soldados feitos de chumbo e os alinhou em cima de uma mesa. O último dos soldados tinha apenas uma perna. O soldado de uma perna só, acredita que a bailarina – também uma boneca – também tinha somente uma perna e, diante dessa similaridade, iniciou-se um grande conto de amor.”

A inspiração da festa de aniversário de Maria Clara e João Victor estava apresentada. E, com ela, os desafios de representação do tema. Cada um carrega suas peculiaridades. De um lado, a leveza e a graciosidade típicas de uma bailarina. Do outro, a ordenação e rigidez de um soldado.

Os conceitos por detrás do desenvolvimento do tema ´Bailarina´ ofertavam graciosidade,  equilíbrio e toda uma simbologia que pretendo trazer em outro post (que referenciarei futuramente aqui). Mas, o soldadinho… como investir em um soldado que representasse alguém que não entendia o motivo de precisarmos guerrear para obter a paz?

Por que não trabalharmos com uma desconstrução em cima da imagem que usualmente fazemos dele? Pense. O que te vem à mente quando você imagina um soldado? E por que ele se faz necessário? Agora, pensemos ao contrário.

Assim, nasceu Janjão, o soldadinho que não conseguia entender a guerra.

Janjão é um bunequinho sensível, de brilho no olhar, sem qualquer aparato para carregar armas ou munições. Apenas carrega consigo um sorriso permanente, braços abertos sempre prontos para dar um abraço. Um abraço sincero, com todos os significados que citamos aqui.

Janjão procura dialogar, inspirar e liderar por meio da colaboração e da solidariedade. Seus braços abertos semeiam o amor ao próximo, abraçam, mas também enlaçam para que consigamos entender o poder da conexão, do juntar, aglutinar potências, vivências, talentos… e partilhar medos, inseguranças, reconhecer sentimentos, pois Janjão, acima de tudo, reconhece-se como um ser humano. Desses que tem um coração batendo dentro, sabe?

Ao invés de bombas, Janjão prefere ouvir as batidas desses corações, criando uma contagiante corrente do bem. Seu nome é superlativo, pois sua coragem não caberia num diminutivo.

A bailarina e o soldadinho, na mesa de festa,  unidos pelo… amor!

O bunequinho estava pronto. O desafio também, pois Janjão, em sua essência e nobreza, é uma das formas mais puras que criei para representar o primogênito de meus filhos.

“Como educá-lo para os desafios da sociedade atual, em que impera grande competição e disputa, sem torná-lo inseguro?” Todo mundo quer que seu filho seja um campeão! Todo mundo quer que seu filho seja vitorioso e bem-sucedido no que desejar fazer! Vai me dizer que não?

Olha o bunequinho Janjão.

O mais curioso, porém, é que neste processo, por vezes, comparamos nossos filhos com outras crianças. Nosso entorno é extremamente calcado em notas, tabelas comparativas, resultados binários, rankings, gamificações… tudo isso, ao invés de ajudar, pode atrapalhar o desempenho daquele que seria nosso campeão.

Competimos por saber qual criança andou primeiro, qual é mais inteligente ou rápida, qual aprendeu a ler e escrever primeiro… péra! Deixemos a competição (saudável) no seu devido lugar:

Aceitamos a competição como algo extremamente natural, a ponto de sermos complacentes com a competição exacerbada e displicentes com a colaboração. Só que somos seres que dependemos dos outros.

Percebo como o mundo já ensina aos jovens de hoje a serem competitivos, cabendo aos pais, na verdade, retirar dos filhos a pressão que já é imposta. Precisamos ensinar outras possibilidades, como colaborar, ser solidário com os outros em vez de sempre ter uma atitude competitiva. Isto não provoca insegurança. Pelo contrário, provoca segurança porque eles não têm que disputar prêmios, o que dá mais tranquilidade, tira uma pouco desta pressão sobre as crianças.

Quando os pais reafirmam a competição, o que está em jogo para os filhos, em todas as situações, é ganhar, independente do propósito. O futuro adulto não conseguirá focar no que ele tem de melhor para oferecer, mas em como derrotar o concorrente. E assim, inicia-se uma corrente centrada no próprio umbigo, que não é natural.

Natural é o amor. Quando surge egoísmo, rapidamente surgem uma cadeia de sentimentos que não resultam em paz e equilíbrio. O egoísmo destrói o sistema. Só que, curiosamente,  o sistema insiste em premiar o egoísmo, sob o olhar obtuso da sobrevivência do mais rápido, do mais forte… e não da falta de cobertura de um grupo solidário, protetor e focado no bem estar de todos.

Perceba, na fala de Antonio Nobre – cientista do INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, a relação entre os organismos, a natureza e o amor. O amor precede a colaboração. A colaboração precede o equilíbrio e a complexidade (que é a base de nossa existência).

Antonio Nobre e sua visão sistêmica de uma sociedade equilibrada pelo amor. Clique para assistir

Janjão, então, procura ser a antítese da imagem que você fez do soldado, lá atrás. Janjão está mais próximo da leveza e da simbologia da bailarina.

E, tal qual na conhecida história infantil, nosso soldadinho representa a luta que cada pessoa passa, inclusive as crianças, para insistir sendo em AMAR e, não ARMAR. Assim como no conto, seguimos crendo que, mesmo com todos os obstáculos que passamos, devemos ter esperança e continuar seguindo os nossos sonhos. Mais do que isso: devemos nos esforçar para livrar as relações cotidianas deste mal… pois como diz Maria Montessori: “Todos falam de paz mas… as pessoas educam para a competição e esse é o princípio de qualquer guerra. Quando educarmos para cooperarmos e sermos solidários uns com os outros, nesse dia estaremos a educar para a paz.”

A Bunequinhos pode criar muito Janjões e bailarinas para sua família,  criando histórias, fantoches, dedoches, ilustrações, bonecos e livros – tudo personalizado – que criem memórias e formas de amor entre você e quem você ama.

Quer saber como? Entre em contato!

 

 

 

 

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