Piper: encantamento que vale Oscar

Difícil fugir dos temas comuns quando se tenta comentar algo sobre a badalada premiação do cinema, e o Oscar desse ano ainda trouxe fatos inusitados que o tornaram um prato cheio para comentários e memes.

Mas gostaria de fazer um breve registro sobre o prêmio dado para a categoria de Melhor curta de animação: Piper, da Pixar, criada por Allan Barillaro, supervisor de animação de WALL-E e Valente.

Quem tem o costume de assistir filmes produzidos pela Pixar já deve ter entendido que os curtas de animação apresentados antes de seus longa-metragens são provas de conceito, frutos de testes e evoluções nas tecnologias, softwares e algoritmos utilizados nos filmes produzidos para o grande circuito, mas com a reconhecida qualidade e cuidado com a narrativa. E antes do aclamado Procurando Dory, não tinha como ser diferente.

Reprodução/Disney

Piper conta a história de um filhote de passarinho faminto e sua busca por autossuficiência. Infelizmente, enquanto procurava por comida, as ondas o afogam, fazendo com que a ave tenha medo do Oceano. Então, ele tem que se virar com seu medo para conseguir sua própria comida.

O que diferencia Piper é a pegada do curta, ao evitar antropomorfizar demais os personagens. Isso, que é o contrário do que costuma ser feito, aliado a uma tecnologia excepcional e um realismo impressionante – e, claro, à fofura – deixou o filme de seis minutos irretocável.

Além de ensinar as crianças a importância de compartilhar as coisas com os amigos e também de começar a dar seus primeiros passos, a animação vem tocar no coração dos adultos e fala, de modo sensível também, sobre como os pais acabam tendo que aceitar tirar os filhos da proteção do ninho para apresentá-los ao mundo e seus perigos.

Além da perfeição e realismo da tecnologia da animação do curta, outros dois pontos fortes na história são sua emocionante trilha sonora, assinada por Adrian Belew, e a deslumbrante fotografia de Erik Smitt, que valem o ingresso já para os cinemas.

Assista ao filme a seguir e veja porquê a Disney-Pixar acertou em cheio, desbancando outros belos curtas e arrebatando o merecido prêmio:

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