Encantar, engajar, educar? Conte uma história!

Desde a infância, ouvimos histórias de nossos pais e familiares, sejam por meio de contos, livros ou até mesmo sobre situações vividas no dia a dia ou histórico da família. No ambiente familiar, ouvimos nossas primeiras histórias, visto que as pessoas constituintes dessa instituição social são as primeiras a intermediar o contato da criança com o texto oral.

A contação de histórias é uma das primeiras formas de estimulação da imaginação da criança e, por isso, trata-se de uma atividade tão importante na educação infantil. Documenta-se que, antes mesmo da escrita ser inventada, já havia o costume de utilizar o conto oral como instrumento de transmissão de conhecimento. Através dessa tradição oral muitas sociedades conseguiram preservar a sua cultura, e, consequentemente, deixaram um rico legado de saberes, crenças e tradições, pois cada geração tinha o dever de contar as histórias para as gerações seguintes.

Pode-se dizer que a contação de histórias configura-se como um ato de resistência e de preservação identitária, pois, mesmo com o advento de novas tecnologias de informação e comunicação, é um processo que perdura até os dias atuais e que ocorre em diversos ambientes de socialização, especialmente no núcleo familiar e na escola.

Junto à realização das aulas remotas – modelo evidenciado em 2020 – percebemos os esforços de professores buscando interagir com seus alunos, principalmente porque as crianças devem continuar vivendo o projeto do aprendizado, mesmo à distância.


A contação de história apresenta as crianças ao universo da narrativa e, por isso, pode ser um poderoso instrumento para promover o gosto e hábito à leitura, a ampliação das experiências sociais, o desenvolvimento da imaginação, a capacidade de escutar e dar sequência lógica aos fatos, a ampliação do vocabulário e a potencialização da importância da linguagem oral.

Assim, cada conto narrado pode despertar o desejo de ensinar e aprender novos conhecimentos, através de diferentes reações e significados atribuídos por cada criança com seu jeito único de perceber o mundo, pois as mesmas vivenciam ambientes e situações diversas fora da escola e terão muitas contribuições a oferecer durante a interpretação da história narrada, através de desenhos, brincadeiras, jogos, entre outros.

Dessa forma, a contação de histórias ganhou espaço nas aulas online do ensino infantil e tem sido uma das melhores maneiras de desenvolver a escrita e a oralidade em uma nova realidade.

Mais do que o proveito criativo, o aluno também reencontra, nas histórias, suas memórias e afeições.

Em uma realidade de grandes mudanças a qual estamos vivendo, a contação de histórias mostra seus resultados na redução da insegurança dos alunos, pois os colocam para refletir sobre o desconhecido e os ajudam a compreender o mundo à sua volta.

O gosto pela leitura, o compartilhamento do conhecimento, a percepção de valores morais e sociais, o desenvolvimento do lado lúdico, da observação e do senso crítico são somente algumas das diversas vantagens que a contação de histórias oferece ao aprendizado na infância.

Taissa Beltrão saca sua caixa mágica e envolve as crianças na contação de histórias sobre o livro de Jo Correia.

Dar vida a uma história envolve elementos como a variação da voz, os gestos e a entonação das palavras; é assim que a criança começa a compreender os sentimentos e emoções que os livros trazem. Portanto, aproveite do espaço para prender a atenção; cenários e bonecos também são ótimos aliados para despertar a curiosidade.

Assim, a contação de histórias é uma prática que favorece todas as idades, especialmente o processo de ensino-aprendizagem da educação infantil, apresentando-se como uma forma potente de combate à rotinização do trabalho docente. Essa prática pode trazer novos elementos para a sala de aula, colaborando, assim, para a promoção de uma educação saudável, rica em descobertas e aprendizados e marcada pela nossa sábia tradição de ouvir e contar histórias.

Em minha vivência como designer e comunicador, sempre reforço a importância da construção do Storytelling (story + telling) que, basicamente, significa a habilidade de contar histórias. É um método hábil de contar uma história, com alto poder de persuasão, capaz de emocionar e entreter o ouvinte.

A indústria cinematográfica é um grande exemplo de storytelling: quem nunca imaginou ser o protagonista do filme, o herói que salva a cidade? Isso é storytelling. A capacidade de envolver o receptor, fazer com que ele se sinta parte da história, fazer com que haja reciprocidade e envolvimento.

A arte de contar histórias está sendo revivida de uma forma mágica, principalmente no âmbito empresarial, e as pesquisas de Neurociências nos mostram os efeitos fantásticos que uma história bem contada tem no nosso cérebro e na nossa mente.

Um exemplo é quando assistimos filmes de aventura, drama ou terror: o quanto nos empolgamos, nos emocionamos ou nos assustamos, mesmo sabendo que não são reais?

A Neurociência explica que nosso cérebro, ao entrar em contato com uma narrativa, torna-se um participante do filme, vivendo as ações e emoções. Passamos a viver aquela situação e podemos até mudar nosso comportamento imitando um personagem com o qual nos identificamos.

Para a utilização do storytelling, é preciso conhecer o público-alvo para que a narrativa seja assertiva. Emissor e receptor precisam estar conectados, compartilhando ideias e experiências em comum. Durante a narrativa, o ouvinte precisa estar integrado na história, com suas experiências ou emoções.

Os Fantoches Mágicos, em dupla face, assumindo personagens variados durante a narrativa.

No post ´Contando a história da Princesa Ana´ relato a experiência de contação de história proporcionada por Taissa Beltrão (psicomotricista líder do Brinque Cria). Ao apresentar a história e seus personagens, utilizando recursos de voz, encenação e os fantoches mágicos da Bunequinhos (fantoches em dupla-face que potencializam as transformações dos personagens durante a história, encantando as crianças como num passe de mágica – veja mais sobre eles aqui ou entre em contato),  as crianças  já sabiam que algo diferente estava por vir. Ao invés de simplesmente expor o conteúdo do livro, contava-se a história sob a perspectiva do princesa. Com os fantoches em suas mãos, Taissa se transformava em várias personagens e narrava a história. Em seguida, mudava o ponto de vista e narrava sob a perspectiva de uma outa personagem, reforçando os vários lados de uma história, desenvolvendo a imaginação, a criatividade, o gosto pela leitura e pela linguagem, criando empatia com os personagens.

A “contação” da história, por conta das personagens e da forma de narrar, prendia a atenção das crianças. Às vezes, colocava-as como personagens para participarem da história. Durante a narrativa, elas iam prestando atenção e, então, de repente, brincávamos fazendo-as tomarem parte da nobreza exposta no livro de Jo Correia, e as crianças seguiam acompanhando durante a narração da história.

A contação de histórias desperta na criança o lado lúdico, característica muito importante para seu desenvolvimento. É no lúdico que a criança desenvolve criatividade e senso crítico.

Na educação, o storytelling ensina através da experiência humana, com narrativas contextualizadas e envolventes, conectando alunos e professores para que compartilhem experiências. É preciso adaptar, entender os contextos e adequá-los, além de ser muito importante a extensão dessa prática no ambiente familiar. Ao ler para seus filhos, os pais abrem um canal de interatividade e troca de experiências, oferecendo liberdade para a criança compartilhar suas opiniões e interpretar as situações, gerar suas próprias histórias familiares e novas memórias e enlaces de afeto. Dê continuidade à vivência da escola também em casa.

A Bunequinhos pode te ajudar, criando histórias, fantoches, dedoches, ilustrações, bonecos e livros – tudo personalizado – que criem memórias entre você e quem você ama.
Quer saber como? Entre em contato!

 

 

 

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